sábado, 18 de outubro de 2008

ASPIRAÇÃO (

Aspiração
Bojando a vela sobre o mar sem alma,

Vai, asa branca, ao ritmo do vento.
Circunfletindo, oscila e corta a espalma
Imensidão que espelha o firmamento.
No ar rarefeito treme a leve palma...

Se a tempestade vier, o oceano é cruento...
E ela não sente quando a tarde é calma,
Insídias de borrasca em céu sedento.
Quisera ver minha alma - neste instante -Como a vela boiar, e se sumindo

No horizonte, indo além, bem mais distante...
E indo a vogar meu pensamento com ela,

Livre da ronda das paixões (que lindo!)
Como a alvura que aclara a branca vela.


Da. Maria de Arruda Muller (1898, MT-2002), poetisa, ativista cultural, uma das fundadoras do Grêmio Literário Júlia Lopes, do qual foi presidente e participa do grupo que publicou a revista A Violeta e membro da Academia Mato-grossense de Letras.

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