Aspiração
Bojando a vela sobre o mar sem alma,
Vai, asa branca, ao ritmo do vento.
Circunfletindo, oscila e corta a espalma
Imensidão que espelha o firmamento.
No ar rarefeito treme a leve palma...
Se a tempestade vier, o oceano é cruento...
E ela não sente quando a tarde é calma,
Insídias de borrasca em céu sedento.
Quisera ver minha alma - neste instante -Como a vela boiar, e se sumindo
No horizonte, indo além, bem mais distante...
E indo a vogar meu pensamento com ela,
Livre da ronda das paixões (que lindo!)
Como a alvura que aclara a branca vela.
Da. Maria de Arruda Muller (1898, MT-2002), poetisa, ativista cultural, uma das fundadoras do Grêmio Literário Júlia Lopes, do qual foi presidente e participa do grupo que publicou a revista A Violeta e membro da Academia Mato-grossense de Letras.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário